Eu, Pessoalmente, Não Gamei Portugal

Ao que parece vivemos num país onde, aos chefões disto tudo, basta dizer que não se lembram de meia dúzia de reuniões, que não têm dívidas e que nem sabem bem de que dinheiro se está a falar, para a justiça portuguesa assobiar para o lado e os roubos descarados se perdoarem.

Pois é, estou a falar de Joe Berardo, o excelentíssimo senhor que, perante comissão de inquérito, gozou com a minha cara, gozou com a tua cara, e gozou com a cara de todos os contribuintes.

Mas que fez Berardo de tão errado para ser levado a comissão de inquérito? Bem, este senhor há uns anos meteu a mão no bolso dos Portugueses, pedindo 300 milhões à Caixa Geral de Depósitos, com o intuito de comprar ações no BCP, dando como garantia essas mesmas ações. E claro, como todos os empréstimos, chega a altura de pagar e , bem, paga-se. Mas… O nosso amigo Joe não pagou. E não só não pagou como as ações que deu como garantia valiam pouco mais que meio tostão furado.

E pronto, o senhor que tem uma fundação com o seu nome, com uma coleção de arte avaliada em 350 milhões, tem na sua posse as Quintas da Bacalhôa e os Buddha Edens desta vida, que deve centenas de milhões a todos os portugueses, desculpa-se com falta de memória e esconde-se atrás de uma fundação, na qual é presidente de inúmeros órgãos, para passar ileso no circo que é este processo.

O estado podia penhorar os pertences do tio Joe? Podia, mas o senhor não tem nada em seu nome. Todos os milhões que nos roubou estão enfiados em fundações (e provavelmente offshores), perdidos num mar de esquemas que tornam Berardo intocável.

É revoltante ver como esta elite goza com um país inteiro, o mesmo país onde desempregados vivem em situações degradantes, o mesmo país onde, por vezes, a pequenos devedores é penhorado salário e tudo o resto que tiverem para dar, mas quando se trata de banqueiros, é sorrir e acenar.

Não vou apontar dedos e tornar isto político, mas a verdade é que o é, por se tratar de um banco público e por na altura ser gerido por pessoas que, ainda hoje, militam partidos com representação parlamentar. Mas isso já é trabalho de casa que vos deixo. Queremos que este país continue a ser governado pelas marionetes de banqueiros e das elites que continuam impunes, vezes e vezes sem conta?

Eu sei que não quero.

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