Hoje houve finalmente a votação, no parlamento, que iria decidir o futuro dos professores, do Governo e de Portugal, e pronto, o mundo voltou ao seu estado normal, as balanças voltaram a equilibrar-se, a direita voltou a votar, pasmem-se, à direita, e resolveu-se uma crise política.
PSD e CDS tiraram umas quaisquer “salvaguardas orçamentais” de seus respectivos cus políticos, de forma a arranjarem uma desculpa para votarem contra a lei que iria restabelecer integralmente os anos de serviço dos professores, lei essa que eles próprios ajudaram a redigir e aprovaram a semana passada. Isto há coisas pá…
A questão é que a Internet é eterna e não esquece. Não esquece as palavras da representante do PSD que se afirmou orgulhosa de ter sido fundamental no processo de redacção do texto que iria dar origem a essa mesma lei. Antes, note-se, de haver contas feitas e de se falar de salvaguardas orçamentais. Mas isso foi a semana passada, há muito, muito tempo, já deu para o PSD mudar de opinião 7 ou 8 vezes, pelo menos.
As incoerências da direita são abismais, vergonhosas e até dão para rir um bocadinho, parecem meninos da primária a brincar à política sem perceberem muito bem o que estão a fazer. Levar a sério este recuo de Cristas e de Rio é querer fechar os olhos e ficar do lado de quem de quinta a sábado diz uma coisa mas no fim de semana já diz outra. É apoiar os palermas de direita que achavam que tinham alguma coisa a ganhar em votar à esquerda, contra o governo e contra eles próprios, revelando uma falta de espinha e traição à sua identidade que dá pena. E como tudo o que dá pena, tem graça, pelo menos para mim que sou parvo.
Portanto, os íntegros, PS, BE e PCP mantêm-se verdadeiros a eles mesmos, ou seja, o PS é a vadia da tuga que quer agradar a toda a gente, e a esquerda é a idealista sonhadora que quer dar dinheiro a toda a gente e à prima deles (principalmente à prima deles), mas não sabe muito bem onde ir busca-lo. Já a direita, que teve uma crise de identidade, além de perder a integridade perdeu também a coerência. E o respeito próprio. E votos. Burros.
Então e, no fim desta porcaria, quem é efectivamente o vencedor e o perdedor desta palhaçada? Não sei bem, mas os professores perdem de certeza. Perdem 9 anos de trabalho que se lixam. É para aprenderem a não mandar recados na caderneta, ouviu professora Odete? Arma-se em esperta e depois dá nisto.
E nós, que estamos a assistir atentamente e a comer pipocas, acho que ganhamos, porque fecha-se este capítulo de parvalheira política e pode-se abrir o próximo. Agora é dar tempo de antena às europeias, que para birras do Governo e transtornos dissociativos de identidade da direita já chega o resto do ano todo.
Portem-se bem, e não comam muito açúcar que isso faz mal.
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