Este “I” É De Insultuoso

Esta Segunda-feira, dia 18 de março, Manuela Moura Guedes voltou a marcar presença no Jornal da Noite da SIC com a sua rubrica “A Procuradora”, onde repetidas vezes já provou que se calhar o melhor é mesmo manter o buraco negro que é a sua boca fechado.

Começou por falar da polémica da semana passada, do convite a associações LGBTI para promover a igualdade de géneros nas escolas. A Procuradora defende a pedagogia dos professores em vez do ativismo ideológico. Mas, Manuela, sabes quem é que era professor? Dr. António de Oliveira Salazar. É verdade, e desconfio que ele não seria a pessoa mais indicada para abordar estes temas. E quem melhor para explicar o que é a comunidade LGBTI e como esta se insere na sociedade, que a própria comunidade LGBTI?

Mas não ficou só por aqui. MMG continuou, dizendo:

“O I [em LGBTI] é a ideologia, é intersexo. Intersexo é o tal it, não sabes, tu não és definido biologicamente, tu és aquilo que tu quiseres ser. É uma construção social que é uma tolice”.

Não não, Guedes, tolice é chamares-te de procuradora e, pelos vistos, nem no Google saberes procurar. Aliás, já nem tem a ver com estar desinformado, a própria é incoerente. Se uma pessoa não tem género definido biologicamente como é que a intersexualidade pode ser uma construção social?

Entende-se por intersexualidade qualquer variação de características sexuais, incluindo cromossomas, gónadas e/ou órgãos genitais que dificultem a identificação de um indivíduo como totalmente masculino ou feminino. Vou tentar explicar como se fosse burra. Isto são pessoas que chegam a ter pilinha e pipi ao mesmo tempo, Manuela. Porque nasceram assim, não é uma coisa filosófica, psicológica, ou tão pouco social. Eles têm mesmo uma pilinha e um pipi. Tá bom? Pronto.

A comentadora defendeu-se dizendo que tem direito a ter e partilhar a sua opinião. E tem sim senhora! A questão é que os factos são, de facto, factos, passo a redundância, e estão a cagar-se para a sua opinião, Procuradora. Espalhar desinformação num programa jornalístico não é apenas pouco profissional, é também ‘I’, de idiota, imbecil e incompetente.

A associação ILGA já manifestou a sua intenção de apresentar queixa à ERC contra Manuela Moura Guedes por ter promovido “desinformação, discriminação e o discurso de ódio”. A associação disse também que irá pedir um direito de resposta para dar uma oportunidade à comentadora de corrigir as declarações que fez.

Só o futuro dirá o que sai daqui, mas o que é certo é que continuamos a dar plataforma aos idiotas para falar em horário nobre, seja no jornal da noite ou nos programas de domingo à noite, e enquanto continuarmos a encher a cabeça de Portugal com lixo, vamos continuar a ter pessoas de lixo.

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