Bird Box ou, Às Cegas, em Português, é o novo filme da Netflix que anda a causar burburinho. A Netflix acha que os portugueses são burros, não é? Porque que se traduz um nome subtil e poético para um nome óbvio e sem graça? Eu sei que não é relevante, mas…
Enfim… Bird Box está a causar burburinho, não necessariamente porque o filme é brilhante, mas porque deu origem a um desafio, que consiste em pessoas tentarem andar por aí vendadas. Escusado será dizer que já houve malta a ter acidentes de carro e tal, o Darwin tinha razão, etc, etc. E vendadas porquê? Ora, o filme conta-nos a história de uma mulher e duas crianças que estão a fugir de ‘criaturas’ que, quando vistas, levam a vítima a suicidar-se. Não há muito mais a dizer da história, honestamente, mas é mais interessante do que parece.
Quanto ao filme em si, meh. É daqueles filmes bons para ver domingo a tarde depois de almoço, quando queremos dormir a sesta, por isso metemos um filme suficientemente bom para não nos aborrecer, mas que não nos prenda ao ponto de acabarmos por não dormir a nossa querida sesta.
Os pontos fortes do filme são, sem dúvida, Sandra Bullock e John Malkovich, que para não variar deram-nos prestações irrepreensíveis. A cinematografia também me surpreendeu, com alguns momentos, muito bem conseguidos, de tensão e claustrofobia.
Quanto aos pontos maus, bem… Não diria que há pontos maus, mas há muitos ‘pontos meh’. Começando, por exemplo, pela forma não linear como a história é contada. Não é má, mas pode causar alguma confusão aos menos atentos. O conceito da história em si é derivativo e pouco original, deixa-vos com aquele pensamento de ‘onde é que eu já vi isto…’
Quanto as personagens, Malorie, a personagem de Sandra Bullock, é o foco da história e, naturalmente, é onde notamos um maior desenvolvimento. Ou algum, visto que nas outras é praticamente inexistente. As pessoas com que Malorie vai interagindo são desinteressantes e uni-dimensionais, meh vá, tirando talvez a personagem de Malkovich, mas eu adoro o actor por isso questiono o meu julgamento. O filme foca-se tão pouco no crescimento e construção dos seus personagens que há literalmente alguns que desaparecem sem explicação. Não que seja grave, visto que há tão pouco investimento nelas que simplesmente nem notamos. Mas é problemático, num filme que se foca em suicídio, não estarmos investidos no gajo que se atirou da janela ou explodiu os miolos, porque o impacto que é suposto estas cenas terem acaba por ser reduzido a, adivinharam, meh.
O final é anti-climático e deixa imenso por responder, por exemplo, onde foram as personagens que desapareceram a toa, morreram? Fugiram? Renasceram como formas de vida superiores e emigraram para Neptuno?Nunca vamos saber…
Talvez por culpa minha, que encarei o filme com expectativas altas, fiquei um pouco desiludido, ou undérwélmed como dizem os camónes. Esperava um thriller tenso e bem conseguido, mas o que tive foi um filme medíocre em que tive de ver o Machine Gun Kelly de pelota.
Ao que só posso dizer… Meh.

Boa análise! Eu também achei o filme menos interessante do que todo o fuzz que fizeram sobre ele!
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